BELO MONTE DE ESPOLIAÇÕES
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Palavras-chave

Hidroelétrica
Acumulação
Povos indígenas
Etnocídio

Como Citar

Busnello, R., & Palma, E. (2022). BELO MONTE DE ESPOLIAÇÕES. Amazon’s Research and Environmental Law, 8(01), 82-113. https://doi.org/10.14690/2317-8442.2020v801380

Resumo

A Usina Hidroelétrica Belo Monte, na região de Altamira, no Pará, Brasil, construída pelo consórcio Norte Energia, considerada um empreendimento estratégico do governo, caso emblemático do uso da água, como recurso natural para o desenvolvimento econômico do país e, simultaneamente, de impactos ambientais e sociais extremamente gravosos, está em pleno funcionamento. Erguida com base na acumulação por espoliação, através da desterritorialização dos povos tradicionais do entorno da obra, causou sobre os povos indígenas da região um verdadeiro etnocídio. O Estado, aliado ao capital financeiro, corroborou para o processo de perda da identidade e da cultura de povos secularmente vilipendiados em sua trágica história de dominação. Este artigo aborda efeitos e consequências da violência sofrida pelos índios na região de Belo Monte, onde a introdução de políticas neoliberais resultou na expulsão de comunidades que dependiam diretamente de seus territórios para a sua reprodução social, cultural e econômica. Para alcançarmos o objetivo proposto utilizamos o método dedutivo, através de procedimento de pesquisa qualitativa, descritiva de cunho teórico de revisão bibliográfica, sob a ótica marxista. Concluímos que a população indígena restou expropriada naquilo que de mais caro possuía: a cultura de todo seu povo, aniquilada sob os pés da lógica da acumulação capitalista.

https://doi.org/10.14690/2317-8442.2020v801380
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Referências

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