Muitas características já foram descritas a respeito de homens que agridem suas companheiras, sejam elas esposas ou não. Entre tais características estão: isolamento social, ciúme, baixa autoestima, uso abusivo de álcool ou drogas, insegurança, possessividade.  O fato de possuírem visões estereotipadas sobre papéis de gênero, eles podem apresentar, ainda, problemas de personalidade, histórico de violência na infância, depressão e ansiedade. Um aspecto muito característico dos agressores é a tendência à minimização da agressão e/ou negação do comportamento agressivo, culpando assim a vítima pelo seu comportamento.

          Grande parte dos incidentes de agressão ocorre quando as dificuldades advindas das características acima se associam a fatores estressores, tais como: dificuldades financeiras, desemprego, conflitos intrafamiliares ou com a lei. Esses fatores são, por assim dizer, o estopim para que o comportamento violento se desencadeie, mas não devem ser vistos como causas principais ou unilaterais de tal comportamento.

          Muitos autores adotam a noção de que a violência pode ser transmissível de geração em geração, como é o caso de Sinclair (1985), que afirma “o indivíduo aprende a violência pela cultura”. Essa visão possibilita novas formas de tratamento e o direcionamento a tópicos que envolvam desde o controle da raiva até trabalhos sobre o questionamento de mitos e de pensamentos errôneos direcionados à própria parceira e ao relacionamento homem-mulher.

          O projeto de extensão RECONSTRUIR é uma parceria firmada entre as Faculdades Associadas de Ariquemes – FAAr com o Núcleo Psicossocial -  (NUPS) e a 2ª Vara Criminal do Fórum de Ariquemes/RO, na qual serão responsáveis pela execução e coordenação do projeto Lécia Alves (Psicóloga), Maria Socorro (Assistente Social), Marta Milani (Psicóloga), Widia Paiva (Assistente Social), e as acadêmicas/estagiárias Bruna Barreto (Serviço Social - UNOPAR) e Monique Joana D'arc (Psicologia- FAAr). O objetivo deste trabalho visa possibilitar orientação, aconselhamento e mediação de conflitos a homens considerados agressores, e assim permitir a compreensão sobre as relações de gênero e ainda prevenir atitudes violentas e comportamentos agressivos em relação às mulheres, para tanto, serão realizados encontros quinzenais com grupos para debates e orientações, sob a supervisão dos coordenadores do projeto.